É um problema que pode acometer 45% das mulheres e 30% dos homens, mas na hora de buscar ajuda, nem sempre, as pessoas sabem qual é o médico especialista em varizes.
Nesse post, conheça qual o médico especialista em varizes e quando é hora de procurá-lo.
Como se chama médico especialista em varizes?
O médico especialista em varizes é o angiologista/cirurgião vascular, que estuda as doenças venosas, fazendo o diagnóstico, tratamento, acompanhamento e orientando medidas de prevenção dessa patologia. Além disso, o cirurgião vascular é o médico especializado nos procedimentos cirúrgicos que tratam as varizes.
O cirurgião vascular também cuida de vários outros problemas de saúde como estenoses de carótida, aneurismas de aorta, doenças arteriais obstrutivas dos membros, pé diabético, linfedemas, entre outros.
Mas por que é preciso buscar um médico especialista em veias e varizes?
O surgimento de vasinhos (telangiectasias) e varizes de membros inferiores sinaliza um mau funcionamento do sistema venoso, que merece investigação e tratamento adequados para cada caso. Entretanto, muitas pessoas menosprezam esses sinais e acabam não dando a devida atenção ao problema, o que pode gerar queda na qualidade de vida e complicações futuras.
Quais sintomas inspiram a buscar um médico de veias e varizes?
Para entender melhor quando buscar um médico especialista em varizes, é preciso saber como esse problema se manifesta: varizes são veias anormais, dilatadas e tortuosas, que podem ficar salientes na pele, com diâmetro maior ou igual a 4 mm, fruto de uma alteração funcional da circulação venosa no organismo.
As microvarizes (ou veias reticulares/nutridoras) são veias dilatadas e tortuosas, com diâmetro entre 1mm e 4 mm, que tem relação direta com o surgimento dos vasinhos.
Os vasinhos (ou telangiectasias) são veias superficiais dilatadas, com diâmetro de até 1 mm, de coloração avermelhada ou azulada.
As varizes podem surgir em várias partes do corpo, como as varizes pélvicas, mas normalmente, se manifestam mais nos membros inferiores.
O surgimento das varizes pode ocorrer por diversos fatores:
- Congênita: o indivíduo nasce com uma malformação vascular que favorece o surgimento de varizes. Representa a menor percentagem dos casos (1-3%).;
- Primárias ou essenciais: tem um componente hereditário e representa a principal causa de varizes, atingindo o sistema superficial e/ou profundo de veias. As válvulas das veias são insuficientes e as paredes são mais flácidas;
- Secundárias: surgem por obstrução ao fluxo venoso ou mau funcionamento das válvulas das veias após episódio de trombose venosa.
Muitas vezes, as pessoas associam as dores nas pernas e cansaços ao final do dia apenas a uma rotina atribulada e nem percebem que precisam buscar um médico para avaliar esses sintomas, que podem representar muito mais que apenas um cotidiano estressante.
Os sintomas relacionados à doença venosa crônica de membros inferiores possuem um amplo espectro, podendo surgir: dores em peso, queimações, cansaço, formigamentos, cãibras, coceiras e ressecamento de pele, manchas na pele, inchaços, entre outros.
Portanto, ter informação e ciência de que esses sintomas, muitas vezes comuns, podem ser secundários a uma patologia vascular, é fundamental e o primeiro passo para procurar ajuda.
Ignorar estes sintomas por muito tempo, pode levar a complicações como flebites, tromboses venosas profundas, sangramentos (varicorragias), endurecimento do tecido de gordura abaixo da pele, sendo o último estágio o aparecimento da úlcera varicosa, causa importante de infecções, absenteísmo no trabalho, baixa autoestima e isolamento social.
Portanto, buscar um médico especialista no tratamento de varizes vai proporcionar um diagnóstico e tratamento adequados, com melhora na qualidade de vida e auto-estima, além de evitar complicações como hemorragias, trombose venosa profunda e úlcera venosa crônica.
Hemorragias
Essa complicação das varizes pode ocorrer quando as veias estão muito salientes na pele e suas paredes frágeis o suficiente ao ponto de se romperem.
Quando isso ocorre, o sangramento pode ser bastante intenso, e o fato já denota a necessidade de um tratamento.
Na hora que o sangramento ocorre, o paciente deve ficar calmo, elevar as pernas, fazer uma compressão da veia que está sangrando e curativo compressivo. Mas é preciso buscar um prontoatendimento ou mesmo uma consulta de urgência com o médico especialista em varizes para avaliação.
Trombose venosa profunda
A trombose venosa é a formação de um coágulo dentro da veia. Geralmente, o quadro clínico se inicia com dor e inchaço em uma das pernas, porém, pode passar despercebido pelo paciente, que pode confundir com uma simples distensão muscular.
Também pode causar dores e inchaços nas pernas, quando o cóagulo se desprende, percorre as veias e para no pulmão, o que vai levar a uma embolia pulmonar, que é grave e pode ser letal. Atualmente, uma em cada 4 mortes no mundo está relacionada à trombose.
Quando a pessoa apresenta embolia pulmonar, pode manifestar falta de ar, tosse, dor no peito e escarros com sangue.
Existem diversos fatores de risco para trombose venosa profunda, dentre eles: histórico de trombose prévia, varizes, uso de hormônios, imobilização, traumas, cirurgias, predisposição genética, obesidade, tabagismo, gestação, puerpério, viagens prolongadas (acima de 3 horas), etc.
Úlcera venosa crônica
A úlcera varicosa representa o estágio mais avançado da doença venosa crônica, sendo o resultado de um longo período sem o tratamento adequado.
O mau funcionamento das válvulas das veias dos membros inferiores, acarreta um refluxo e acúmulo de sangue no sistema venoso do membro, que extravasa para os tecidos. Isto vai gerar um processo inflamatório crônico na região, com surgimento de manchas na pele, endurecimento e fibrose dos tecidos da perna, atrofia da pele e posterior abertura de uma úlcera, que geralmente se apresenta na face interna do tornozelo ou região inferior da perna.
É fundamental uma investigação e identificação da causa exata do problema para o planejamento terapêutico. Hoje em dia, grande parte dos casos de úlceras venosas podemos tratar ambulatorialmente, através da escleroterapia com espuma, sem necessidade de repouso ou anestesia. Além disso, são necessários curativos locais, uso de faixas ou meias compressivas, medicações analgésicas e, por vezes, antibióticos e limpeza cirúrgica da lesão.
Conclusão
É importante buscar ajuda médica ao perceber o surgimento de sinais e sintomas de doença venosa nos membros inferiores, como vasinhos e varizes, para que sejam devidamente avaliado e tratado, possibilitando uma vida mais saudável, com maior qualidade e evitando complicações futuras.