Telangiectasia é o termo médico utilizado para definir o que as pessoas conhecem popularmente como vasinhos.
Veja nesse texto por que surgem os vasinhos nas pernas e outras partes do corpo e as formas de tratamento para eliminá-los.
O que é telangiectasia?
As telangiectasias são pequenos vasos sanguíneos muito fininhos, são menores do que 1mm, que ficam em evidência na pele, devido ao seu formato e coloração, que pode ser avermelhada ou azulada. Em muitos casos também são conhecidas como aranhas ou teias vasculares.
É muito comum ver essas formações nas pernas, mas há telangiectasia no rosto e até telangiectasia no nariz. No caso dos vasinhos na perna, estão ligados à insuficiência venosa crônica e já estão entre os tipos de varizes, porque podem ser precursoras desse problema de saúde vascular.
Já as telangiectasias aracnóideas no rosto e nariz podem ser frutos de doenças hepáticas ou rosácea, que é uma doença vascular inflamatória crônica que faz aumentar as vênulas da face, e que provocam uma aparência avermelhada das bochechas e do nariz.
Muitas pessoas, em especial, as mulheres, reclamam mais dos desconfortos estéticos que a telangiectasia traz do que outros sintomas, porém, em alguns casos, pode provocar dores nas pernas ou coceiras também.
Em boa parte dos casos, o surgimento de microvarizes (reticulares) e telangiectasia está relacionado aos problemas na circulação venosa, provocado por fatores genéticos.
No entanto, alguns outros fatores também podem contribuir para essa formação na pele, como:
- Gravidez;
- Envelhecimento;
- Obesidade;
- Alcoolismo;
- Tabagismo;
- Permanecer por longos períodos na mesma posição;
- Uso de anticoncepcionais;
- Uso de corticoides.
Telangiectasia: tratamento
Em mais de 80% dos casos, há varizes adjacentes que nutrem os vasinhos, portanto, não se trata apenas de um problema estético. É necessário tratar as causas que levam ao surgimento dos vasinhos e varizes.
As varizes são veias superficiais, tortuosas e alongadas, que causam dores e sensação de peso nas pernas, inchaço, cansaço, formigamentos, cãibras, ardência e queimação, coceiras, podendo apresentar complicações como flebites, manchas, dermatites e úlceras nos membros inferiores. É importante frisar que as telangiectasias nunca evoluem para varizes, porque são vasos estruturalmente diferentes e que estão situados numa posição mais superficial da pele.
O diagnóstico da telangiectasia costuma ser muito fácil para os médicos vasculares, já que suas características são facilmente visíveis na pele, especialmente em pessoas que têm pele muito clara.
Mesmo assim, para saber se há problemas mais intensos de insuficiência venosa, os especialistas costumam solicitar exames como o ecodoppler venoso, que ajuda a investigar alterações da circulação sanguínea.
O tratamento para telangiectasia pode ser realizado por meio da secagem de vasinhos, com procedimentos conhecidos como escleroterapias ou de laser transdérmico.
Esses tratamentos são bastante eficazes para quem quer procedimentos efetivos e que permitem a volta rápida às atividades físicas e laborais. Tanto nas escleroterapias como no laser, os pacientes podem voltar às atividades no dia seguinte à sessão.
Conheça mais sobre os procedimentos de escleroterapia e laser transdérmico:
Escleroterapia convencional
A escleroterapia convencional concentra-se em causar danos ao revestimento interno da telangiectasia com a injeção de uma solução química. Em geral, essa substância esclerosante pode ser polidocanol, glicose, etanolamina, entre outras.
O esclerosante vai causar um vasoespasmo (contração da veia) e iniciar uma reação inflamatória, que vai resultar no fechamento da veia doente.
Escleroterapia com espuma
O procedimento para tratamento das telangiectasias com espuma usa o mesmo princípio do método convencional, porém, neste caso, a substância polidocanol é misturada com um gás (ar ambiente ou CO2), que a transforma em espuma.
Ao ser injetada, a substância vai desencadear um processo inflamatório na parede dos vasinhos e provocar o seu desaparecimento.
Laser transdérmico
O laser transdérmico para telangiectasias tem fácil aplicação, é bastante indicado para pessoas que têm alergias e não suporta uso de agulhas.
O dispositivo é pressionado contra o local onde estão as microvarizes ou vasinhos e emite a luz do laser nas telangiectasias com o objetivo de aquecer a estrutura do vaso e provocar o seu fechamento.
No laser transdérmico, o tipo de laser ( Nd:YAG 1.064 nm), atinge apenas o vasinho, e não vai causar danos aos outros tecidos que atravessar ou mesmo à pele. Para isso, o cirurgião vascular faz o ajuste dos parâmetros para evitar complicações.
Cuidados após a sessões para tratar telangiectasia
Esses tratamentos não exigem repousos, mas são indicados alguns cuidados, por exemplo, não tomar sol no local onde foram realizadas as sessões de tratamento e usar meias elásticas compressivas prescritas pelo cirurgião vascular.
Quem realizou o procedimento a laser também deve usar cremes hidratantes, protetor solar e não realizar bronzeamento artificial com produtos ou luzes durante o período do tratamento das telangiectasias.
É importante ressaltar que os tratamentos irão eliminar as telangiectasias existentes e melhorar a aparência da pele, porém, pessoas com insuficiência crônica adquirida por herança genética podem perceber o surgimento de novos vasinhos no futuro.
Para evitar que isso ocorra, algumas medidas podem ser tomadas, como adquirir bons hábitos:
- Adotar uma alimentação saudável;
- Praticar exercícios físicos com regularidade;
- Procurar ficar próximo ao peso ideal;
- Fazer uso de meias elásticas compressivas indicadas pelo cirurgião vascular;
- Alterar longos períodos na mesma posição com alguns movimentos;
- Alongar pernas e pés com frequência;
- Adquirir o hábito de elevar as pernas ao longo do dia por um período de 15 minutos.
#Dica do médico
Se um paciente constatar as telangiectasias em seus membros inferiores, a melhor medida é buscar ajuda de um cirurgião vascular.
Esse profissional, além de ter conhecimento e expertise na realização dessas técnicas, pode aconselhar quais as abordagens terapêuticas viáveis para todos os pacientes, de acordo com suas condições pessoais de saúde.